O Sinduscon-PE esteve representado esta semana em uma sequência importate de eventos promovidos pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC, em Brasília, pelo seu presidente, Antônio Cláudio Couto, e pela vice-presidente Betinha Nascimento. O primeiro deles ocorreu na terça-feira, 02. Trata-se do Conexão CBIC, que reuniu em sua programação lideranças e especialistas para discutir temas estratégicos para o futuro da construção civil, como financiamento, sustentabilidade e habitação. O evento destacou a relevância do setor para o desenvolvimento do país, reforçando sua capacidade de gerar empregos e impulsionar a economia. “Precisamos fortalecer a construção brasileira para olhar para o futuro com otimismo”, afirmou o presidente da CBIC, Renato Correia, durante a abertura.
Já na quarta-feira, 04, foi realizada a Rodada de Negócios da Habitação da Comissão de Habitação de Interesse Social (CHIS), com a participação de representantes da Caixa Econômica Federal e do Ministério das Cidades. Durante o evento, foi apresentado um balanço do ano e discutidas expectativas para o setor habitacional em 2026. Na opinião do presidente da CBIC, Renato Correia, a articulação entre governo, setor privado e instituições financeiras é fator decisivo para a execução do Minha Casa Minha Vida. “A gente só faz junto, tem que ter essa consciência de que trabalhamos juntos. O governo, a iniciativa privada, a Caixa, e o Legislativo que tem que entrar nas horas certas. A gente precisa estar junto e focado para atender quem não tem uma casa.”
Sobre as perspectivas para 2026, Ieda Vasconcelos, economista-chefe da CBIC, destacou que, embora os juros devam permanecer elevados no próximo ano, o Banco Central pode iniciar uma redução já no primeiro trimestre. Ela ressaltou que a taxa de desemprego em 2025 atingiu o menor nível da série histórica e deve seguir baixa em 2026, ainda que ligeiramente acima do patamar atual. Com eleições, Copa do Mundo e a nova isenção de IR para rendas de até R$ 5 mil, as projeções de crescimento da economia em 2026 variam entre 1,5% e 2,4%. Já Gisele Pereira, da BRAIN Estratégia, apresentou dados indicando que o setor da construção seguirá aquecido, impulsionado pelo interesse de compra: 50% das famílias com renda de até R$ 4.700 pretendem adquirir um imóvel, o maior índice já registrado.
Outro momento de grande relevância da agenda da semana foi o encontro do Conselho Jurídico da CBIC, o Conjur, que chegou à sua 43ª reunião. Estiveram reunidas lideranças jurídicas para discutir estudos em andamento, definir prioridades para 2026 e abordar temas de impacto direto no mercado imobiliário e na construção. Presidente do Conjur, Felipe Melazzo destacou o caráter estratégico do encontro e apresentou avanços dos grupos dedicados à Lei do Distrato e ao Código Civil. Também foram definidos temas prioritários para o próximo ano, envolvendo como vícios construtivos, reforma tributária e tecnologia, além da criação de grupos de trabalho. Na ocasião, Fernando Guedes, presidente executivo da CBIC, reforçou a necessidade de posicionamento firme sobre o distrato imobiliário, enfatizando o intenso trabalho previsto para 2026.
O encontro trouxe ainda atualizações sobre a Lei do Distrato, com análise de 708 processos e orientações para mitigar riscos, reforçando transparência contratual e comprovação de prejuízos. Os subgrupos da reforma do Código Civil alertaram para a profundidade da proposta legislativa e defenderam ampliação do debate para evitar insegurança jurídica. Também foi apresentado o balanço do projeto sobre vícios construtivos, que já contabiliza 156 mil ações e um passivo potencial de R$ 16 bilhões, consolidando sua atuação nacional. A reunião foi marcada ainda pelo lançamento do livro Temas Contemporâneos da Construção e do Mercado Imobiliário, reunindo mais de 20 artigos produzidos pelos membros do conselho.