Com a proximidade do final do ano, o Futuro da Indústria da Construção Civil volta à pauta central em diversos fóruns de debate, públicos e privados. E não é para menos. O setor construtivo tem se confirmado como grande gerador de emprego e renda, sendo ainda ferramenta indispensável para o combate ao déficit habitacional por todo o país. Em Pernambuco, os resultados têm sido comemorados diante do sucesso alcançado a partir da interação transparente entre a indústria e o poder público, no sentido de fomentar e tirar do papel políticas habitacionais.
Tais resultados e perspectivas futuras foram abordados na terça-feira, 18, em evento promovido pelo Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, no Teatro Graça Araújo. Tratou-se do encontro “Metro Quadrado: Recife do Futuro – Lei de Uso e Ocupação do Solo e as Oportunidades para o Mercado de Trabalho”, do qual o Sinduscon-PE também foi patrocinador.
Na opinião do presidente do Sinduscon-PE, Antônio Cláudio Couto, o futuro do setor, especialmente o da Indústria Imobiliária, passa indubitavelmente pela habitação de interesse social. Do Minha Casa, Minha Vida, incluindo aí o Fundo de Arrendamento Residencial – FAR, hoje vinculado ao programa federal até o Morar Bem Pernambuco Entrada Garantida passando ainda pelo programa estadual de regularização imobiliária, hoje com dez mil unidades em processo de legalização.
“É o que vem atender a nossa necessidade de habitação. Temos no estado um déficit habitacional de 320 mil moradias para famílias com renda de até dois salários-mínimos. Nós temos o FAR, que atende aqueles que recebem até um salário-mínimo, através de uma equação reunindo o município, juntamente com os estados e o governo federal, e temos os recursos do FGTS, direcionado às faixas 1, 2, 3 e 4 do Minha Casa, Minha Vida. É na faixa 1, que são contempladas as famílias com renda de até dois salários-mínimos. Junto com os atendidos pelo FAR, é aí onde temos essa massa de 320 mil”, analisa ele, apontando ainda o investimento do Governo de Pernambuco nessa concentração, com aportes equivalentes à 20 mil unidades habitacionais do MCMV faixa 1, além das do FAR.
“Para a Indústria da Construção, a implantação globalizada das políticas habitacionais, envolvendo governo federal, estado e municípios, funcionou como um impulso extraordinário, em especial para o setor imobiliário. Os demais setores construtivos também estão sendo ativados a partir das demandas de infraestrutura”, considera.
Outro sinalizador potente de um horizonte produtivo para a Construção Civil é a nova Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo do Recife - LPUOS. “Nunca tivemos uma matéria polêmica tão bem trabalhada. Digo que os municípios de Pernambuco deveriam copiar o modelo que foi feito no sentido de ser o mais realista possível, de acordo com a necessidade de cada município”, considera. “A Prefeitura do Recife discutiu com a sociedade civil, com a universidade, setores ambientais, setor produtivo, então houve uma discussão geral, culminando na aprovação da lei na Câmara dos Vereadores, por unanimidade. Isso é uma marca de que essa lei é realmente para todos”, finaliza.