As perspectivas para a construção civil são positivas para este ano, puxadas principalmente pela melhora na economia brasileira e pelo cenário de juros baixos. Segundo expectativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o setor deve apresentar crescimento de 3% em 2020, com potencial de gerar entre 150 mil e 200 mil postos de trabalho formais até dezembro. As estimativas positivas, inclusive, englobam também o mercado de luxo, que já tiveram um desempenho bom em 2019 e que deve fechar este ano em alta em Pernambuco.
Segundo José Maria Miranda, diretor da imobiliária Paulo Miranda Exclusive, braço de luxo da empresa, o ano passado foi positivo, fechando na casa dos dois dígitos, inclusive com novos lançamentos. "Os produtos se valorizam mais com a escassez deles e a gente consegue perceber que o mercado de luxo sempre continuou se valorizando. Ele sofre menos com as intempéries da economia porque os clientes deste tipo de imóvel são menos impactados. Tivemos lançamentos de imóveis com mais de 300 metros quadrados e com rápida absorção, teve opção na avenida Boa Viagem, local bastante valorizado", explica.
O acesso ao crédito e as taxas de juros menores fazem com que a busca no mercado de luxo seja não apenas por lançamentos, mas também pelos seminovos. "A Rio Ave lançou um empreendimento de luxo na Avenida Boa Viagem em Setúbal e está todo vendido e tem também o do Pina, são cases de sucesso, são lançamentos assertivos. Os seminovos também tendem a se valorizar mais em regiões que a oferta é mais escassa, como a avenida Boa Viagem. Existe uma valorização mesmo de imóveis mais antigos", afirma.
Para 2020, a expectativa é que o mercado de luxo siga em ritmo acelerado em Pernambuco. "Haverá um forte crescimento, a gente vê construtoras se posicionando, comprando novos terrenos, esse mercado começou a se movimentar de novo. Muitos projetos que estavam esperando o momento melhor devem sair no primeiro semestre. A expectativa é de mais lançamentos", diz José Maria Miranda.
- Setor:
Para José Antônio Simon, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Pernambuco (Sinduscon-PE), as perspectivas são positivas para o setor de uma forma geral. "Com as reformas trabalhista e previdenciária aprovadas, existe um clima que o estado vai voltar a investir e aí a economia gira. Se o estado começa, o setor privado segue. Existem bons projetos e bons investimentos, o que precisa para destravar esse dinheiro é segurança. A confiança do empresário mudou, as pessoas começam a entender que o país saiu da crise. E o mercado imobiliário não tem dificuldade em deslanchar com juros mais baixos. Essa conjuntura facilita o entendimento que pode fechar o ano com uma recuperação mais rápida", ressalta.
Gildo Vilaça, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), também acredita que a conjuntura econômica tende a impulsionar o setor. "A economia começa a girar e as vendas vão acontecendo. Isso porque a indústria começa a produzir, gera mais renda e vai rodando a máquina da construção civil. Além disso, é um setor que emprega muito rápido porque o trabalhador, mesmo que seja desqualificado, é qualificado na obra. Isso é uma grande vantagem do setor, que vai fazer sua parte na geração de postos de trabalho", conclui.
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